1.5.12

Passou uma hora desde que se deitou. A paciência e espera deram lugar a pensamentos medrosos, pensamentos que ela nunca queria que se tornassem reais.
A vida. Era tudo no que pensava. Gostaria de ter certezas mas, tudo o que ela sabia ali, naquele momento era que ali na cama não se sentia bem, não se sentia segura.  Saberia lá ela o que iria fazer, saberia lá o que queria, certeza só uma, faltavam apenas 3 meses para se tornar tudo mais sombrio.
Ele estava ali, a sua respiração era forte e ela olhou para ele perseguindo cuidadosamente todos os pontos do seu rosto que se faziam iluminar pela luz escassa que vinha de fora. Ali estava ele, belo e adormecido como sempre ela o achara.
Passaram já quatro horas, sabia que aquilo era errado, que teria que desistir daqueles pensamentos mesquinhas. Teria que adoptar uma postura mais optimista e confiante. Desejara naquele momento um abraço dele, era tudo o que ela queria. O silêncio da noite deu espaço ao cantar dos pássaros na rua, sentia-se o movimento na rua a ficar cada vez mais forte e, foi então que ele a abraçou. Teve naquele momento a única certeza que tem para a vida. O abraço dele.
Passaram seis horas e ela adormeceu.

Sem comentários: